quarta-feira, 17 de junho de 2009

Selinhos...

Olá...

mais selinhos para meu blog!!! =)

Por indicação da minha amiga Renata, recebo os selos e, seguindo as regras, sigo os passos de cada um:

O primeiro: Cute and Sweet!!

1) Divulgar o link CuPcAkE aNd RoCk'RoLL
2) Dizer meu doce predileto: Brigadeiro
3) Dizer minha música predileta: Escolha mais difícil... vai a que ouço agora, "Lenha", do Zeca Baleiro.
4) Indicar o selo para 4 seguidores do blog:

Eliza, do Vida em Papel
Gabriel, do Letra, Música e Besteira
Carlos, do Carlos Eduardo em Foco
My Cherry Space, projetinho meu e da Renata

Eis o selo:






O segundo: Recomendo e não recomendo!

5 produtos que comprei, aprovo e recomendo:

- Protetor solar Minesol da RoC fator 30
- Fluido matificante da Contém 1g
- Ultrabrilho para unhas da Avon
- Blush em creme Rosé cremoso da Contém 1g
- Bepantol pomada

5 produtos que comprei, não aprovei e não recomendo:

- Shampoo e condicionador Vita System
- Esmalte cor Goiaba da Avon (mesmo gostando dos esmaltes da Avon, esse está estranho!)
- Produtos Seda
- Ultrabrilho para unhas da Risquè (não é ruim, mas o da Avon superou!!)
- Protetor solar em creme! Não aguento, me dá nervoso... viva os oil-free!!!!

Repassando para:

My Cherry Space
Garota Atrapalhada
Testando produtos cosméticos
Vida em Papel

O selinho:



Obrigada Renata!!!! E vamos que vamos!!!!

;)


Bjos!!

domingo, 14 de junho de 2009

Ensaio sobre a cegueira

Voltei! E mais uma vez é a música que me inspira a escrever, resultado da vontade de querer mostrar algo que acho belo e que de alguma forma me faz bem.
Assisti na última quinta-feira o filme "Ensaio sobre a cegueira", adaptação cinematográfica dirigida por Fernando Meirelles do livro de mesmo nome, de José Saramago (aí está um assunto que muito me interessa, adaptações de obras literárias para o cinema!).
Já nos créditos finais é que toca Arioso, do compositor alemão Johann Sebastian Bach. A princípio não sabia a autoria, mas a já conhecida melodia naquele momento foi algo agradável para mim e me fez ficar alguns instantes imóvel diante da tv, uma sensação de conforto que me motivou a procurá-la depois. Acabou tornando-se minha trilha sonora nos últimos dias!
Apesar de crescer com meu pai ouvindo alguma coisa de música clássica, até então minha relação com o estilo era um pouco indiferente; era cômodo ouvir por acaso, mas por si só não me despertava o interesse.
Sou totalmente leiga sobre o assunto... a diferença hoje em dia é que, não faz muito tempo, fui motivada a começar a prestar um pouco mais de atenção nos sons, sentir um pouco mais as melodias e tentar captar o sentimento que desejavam transmitir. Como resultado, ultimamente me pego às vezes com a necessidade de ouvir algo do gênero... e é muito bom, como se por algum momento eu estivesse longe de tudo, sozinha, curtindo apenas aquele momento.

Para quem tiver a curiosidade de saber do que se trata, segue um vídeo com a interpretação do violoncelista Julian Lloyd Webber para Arioso, de Bach.




Já que toquei em "Ensaio sobre a cegueira" (ESC), acho válido fazer alguns comentários a respeito, já que li o livro e vi o filme. Vou partir do cinema para a literatura: o filme é muito bom, sem dúvida. A meu ver, Fernando Meirelles conseguiu ser fiel a obra sem deixar a essência do livro se perder; porém, acredito ser melhor para quem NÃO leu o livro. Obviamente seria impossível transportar na íntegra o conteúdo literário para as telas em duas horas de filmagem, mas é indiscutível que as reações de angústia, as sensações sufocantes e a ansiedade pelo desfecho são muito mais expressivas para os leitores. Por ter lido primeiro o livro, não me surpreendi com as cenas do filme, muito "pesadas" na opinião dos não leitores. As cenas criadas na mente de quem lê, sem dúvida, são muito mais fortes do que as da tela.

José Saramago é um escritor brilhante (meu primeiro contato com sua obra foi na 8ª série quando a professora de Literatura exigiu a leitura de "O conto da ilha desconhecida"); com a organização e a disposição dos elementos dos períodos longe do esperado pela escrita convencional, estrutura suas obras a partir da união de elementos históricos, temas imprevistos e ideológicos para criar um cenário alégorico, fantasioso, a partir do qual busca alcançar uma visão da realidade. A verdadeira mensagem de suas obras normalmente não será encontrada na superfície de seus textos, como é o caso de ESC. Um leitor descuidado, ou até destreinado, poderá não ser capaz de assimilar o conteúdo verdadeiro que o autor deseja transmitir por meio de mensagens presentes nas entrelinhas.

A cegueira apresentada na obra não deve ser vista como uma cegueira física, real, mas metafórica. A partir da situação fantasiosa de toda uma população encontrar-se cega, José Saramago espera mostrar que, muitas vezes até inconscientemente, as pessoas tendem a não enxergar além do que lhes é conveniente.

A "cegueira branca" da ficção é descrita por um dos personagens não como a ausência de luz associada as cegueiras comuns, mas como se, ao contrário, todas as luzes estivessem acesas ofuscando as vistas para o que estivesse ao redor. Talvez assim vivemos hoje, preocupados em nos tornar melhores que os outros, com os nossos interesses acima de qualquer coisa, em um cenário movido pela concorrência de um mundo cada vez mais competitivo; cada vez temos menos tempo para dedicar aos prazeres da vida, temos mais preocupações e cobranças, o que nos torna cegos em relação ao próximo, nos torna egoístas e nos coloca distantes da beleza existente na simplicidade das coisas.

Essa é a cegueira descrita por Saramago; em ESC esta leva o ser humano à sua essência, reduzindo-o a seu instinto, levando-o a agir como animal que luta pela sobrevivência. Em toda narrativa apenas uma personagem encontra-se com a visão perfeita, a qual demonstra solidariedade e preocupação aos mais próximos, sendo também a responsável por transmitir aos leitores o estado em que se transformou a humanidade.

Na minha opinião é uma leitura válida, que não deve ser apenas decodificada, mas estudada com carinho. Pela primeira vez penso em (daqui a algum tempo) ler um livro pela segunda vez.

Enfim, o livro é fantástico. A leitura a princípio é difícil, mas é questão de acostumar! Destaque para a riqueza de intertextualidade (que merece um estudo futuramente) e da descrição das cenas.

Para terminar, um comentário sobre livro x filme: uma das cenas que mais me chamou atenção no livro foi o trecho em que a personagem que podia ver, em um momento de fraqueza, busca abrigo em uma igreja para retomar as forças. Quando se dá conta, percebe que todas as imagens dos santos apresentam os olhos vendados, fato estranho sobre o qual não encontra a princípio nenhuma resposta.

Duas interpretações possíveis para mim: 1) a humaninade encontrava-se completamente abandonada pelos céus, o que teria levado ao caos; 2) a humanidade encontrava-se vítima de seu comportamento cego, sendo o reestabelecimento da situação dependente unicamente da ação e da mudança de cada um, não podendo nem mesmo os céus interferirem. Para ser coerente com a intenção de Saramago ao escrever o livro, acredito ser a segunda opção a mais plausível.

Confesso que o trecho da igreja e dos santos era a cena que eu mais esperava ver no filme devido a força que tem no livro, mas que infelizmente não foi tão explorada.

Bom, escrevi demais e até poderia escrever mais! Para não ficar tão chato, porém, paro por aqui, o que foi um misto de momento musical, análise literária e crítica ao comportamento humano. Talvez no fundo não tenha sido exatamente nada disso, mas pelo menos foi uma tentativa!

Foi uma experiência interessante.

Até a próxima! ;)